Sobre mim

 

O objetivo desse blog é ser um álbum virtual das minhas viagens desde 1997.  Em cada uma delas, tento passar um pouco do que vivi. Espero que goste e volte sempre para ver as novidades.
Para conhecer meu trabalho como fotógrafo profissional, visite meu novo site www.adilsonmoralez.com.br

Contato
E-mail:
adilson@ecofotos.com.br
(c) Ecofotos, 2017, Fotografia

Essa viagem fez parte do roteiro de férias de novembro de 2000, onde juntamente com meu amigo Paulo Toledo percorremos cerca de 4.600 km, num Defender 110, durante dez dias passando por Serra do Cipó (MG), Diamantina (MG), Serra do Caparaó (MG), Pedra Azul (ES) e Sana (RJ).

P.E. Serra Do Caparaó – Confira O álbum De Fotos (mostrando 17 De 17 Imagens)

Flickr Album Gallery Pro Powered By: Weblizar
Ecos do passado

Na divisa entre os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, o Parque Nacional do Caparaó destaca-se, principalmente, pela presença do Pico da Bandeira – de 2.890 m. Em 1859, foi considerado o ponto mais alto do País. Nessa ocasião, D.Pedro II mandou hastear aí uma bandeira, provável origem de seu nome. Algumas décadas mais tarde, o pico foi desbancado por outros: primeiramente, o 31 de março e, depois, o da Neblina (AM) – considerado hoje o mais alto do Brasil, com 3.014 m.

Localizada numa área ocupada há muitos anos, a vegetação nativa do Caparão foi bastante modificada devido às atividades de carvoeiros e, posteriormente, ao desmatamento e aos incêndios patrocinados por agricultores e criadores de gado. Apesar de o movimento em favor da criação do Parque ter se iniciado em 1948, ele só foi concretizado em 1961. Uma das histórias na região foi a estratégia utilizada para prender oito guerrilheiros do Movimento Nacionalista Revolucionário, que ameaçavam o regime militar, em 1967: seis mil soldados vestidos com uniformes camuflados, vieram em seu encalço na Serra do Caparão.

Bichos e plantas

Na encosta do lado do Espírito Santo, que recebe os ventos provenientes do mar, predomina a Mata Atlântica, já bastante alterada. Hoje, apesar de ser composta, principalmente, por vegetação secundária, ainda podem ser encontradas, em locais de difícil acesso, espécies como o pinheiro-bravo e o ameaçado muriqui – o maior macaco das Américas. Em Minas Gerais, a vegetação é mais seca, sem influência de ventos marinhos, e as matas cedem lugar aos campos em altitudes inferiores.

Nas vertentes mais baixas sobressaem-se jequitibás, quaresmeiras, cedros, taquaras e samambaias. Nos campos de altitude, a flora é formada principalmente por gramíneas – como as bengalas, bromélias, musgos e orquídeas, além de canelas-de-emas e sempre-vivas. A fauna, apesar de desfalcada devido à perda do habitat, ainda conta com caxinguelês, pacas, cachorros-do-mato, iraras, tucanos-de-bico-preto, andorinhas-de-coleira, canários-da-terra, jacupembas e curiangos-de-faixa-branca, entre os mais avistáveis. Nas altitudes, encontram-se aves de rapina e espécies como as choquinhas. O Parque Nacional do Caparaó tem grande importância para a conservação das aves de montanha.

Mata Atlântica e Campos de Altitude

Nas Serra do Caparaó, como na maioria das áreas serranas, a vegetação modifica-se gradativamente de acordo com a altitude. Nas partes mais baixas, a Mata Atlântica domina a paisagem, mas vai cedendo espaço à formação de campos, conforme a altitude aumenta. No alto, a vegetação rupestre se distribui sobre as rochas aparentes. Dependendo da declividade, dos ventos, da insolação e da temperatura, os campos aparecem em altitudes distintas.

A Mata Atlântica é uma floresta tropical úmida, com plantas de folhas largas e perenes. Os ventos úmidos provenientes do mar resfriam-se ao subir as encostas das serra, saturando o ar de vapor, que condensa e se transforma em chuva ou neblina, comuns nas partes mais elevadas. Está entre os ecossistemas de maior biodiversidade do mundo e possui várias espécies endêmicas (exclusivas desse ambiente). A vegetação, bastante estratificada, conta com um dossel – ou “teto”, formado pela junção das copas, alguns estratos intermediários, com árvores menores, e um mais baixo de plantas rasteiras.

Os troncos das árvores são revestidos por grande quantidade de plantas que sobem por eles ou se apóiam em busca de luz. Nas partes mais altas, os afloramentos rochosos não permitem o desenvolvimento de solos profundos, e os campos de altitude se desenvolvem. Árvores e arbustos vão sumindo com a altitude, cedendo espaço aos musgos, líquenes, bambuzinhos, bromélias e gramíneas. Sobrevivem as espécies adaptadas às condições de frio intenso, geada e formação de crostas de gelo.

Descubra o parque

O Parque apresenta várias opções de caminhadas, banhos de cachoeiras e mirantes. As partes mais altas permitem belas vistas da Serra do Caparaó; as partes mais baixas, a possibilidade de encontros com animais silvestres e caminhadas em áreas de mata. Para acampar, é necessário fazer reservas com cerca de 20 dias de antecedência – tel (32)747-2555.

Pico da Bandeira: É a principal atração do Parque e o terceiro pico mais alto do Brasil, com 2.890 m de altitude. Uma caminhada moderada no início, e pesada mais para o final, leva até o topo.

Vale Verde: Formado pelo Rio Caparaó, compreende as áreas mais baixas do Parque, com menos de mil metros de altitude. A cachoeira e suas diversas piscinas naturais são boas oportunidades para um banho gelado. Conta com vestiários, sanitários, churrasqueiras e área para piquenique.

Vale encantado: Acompanha o Rio José Pedro, com vários poços para banho e a alta Cachoeira Bonita. Atente para a mudança da paisagem, conforme a altitude.

Cachoeira Bonita: Está a 850 m da Tronqueira. Para chegar à queda d’água de 80 metros de altura, localizada no Rio José Pedro, caminha-se pela estrada de terra e pega-se uma pequena trilha, que leva diretamente à cachoeira. Possui mirante e uma piscina natural de 4 metros de profundidade, boa para banhos.

Tronqueira: Platô a 1.970 m de altitude, oferece uma bela vista do vale. Último ponto acessível de carro fica a 6 km da portaria do Alto Caparaó. Conta com área para acampamento, sanitários e chuveiros.

Terreirão: A trilha que segue por 4,5 km a partir da Tronqueira (cerca de 1h20 de caminhada), acompanhando o Rio José Pedro, leva ao platô de 2.370 m de altitude. Área de acampamento possui sanitários, abrigo para visitantes e água para abastecer os cantis. Dê uma olhada na Casa de Pedra.

Pico do Cristal: A 2.798 m de altitude, é um dos locais procurados por montanhistas. Para chegar lá, verifique as condições na portaria do Alto Caparaó – tel (32)747-2565.

Pico do Calçado: Na divisa entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, tem 2.768 m de altitude. É muito procurado por montanhistas.

Macieira: Platô a 1.800 m de altitude, ao lado do Rio São Domingos, localizado a 3 km da portaria Pedra Menina.

Cachoeira do Aurélio: Queda d’água no Rio São Domingos, próxima a Macieira. Bom ponto de parada na caminhada entre a Macieira e a Casa Queimada. Possui piscinas naturais.
Casa queimada: O acesso até lá é feito por um estrada de terra de 8 km, a partir da portaria Pedra Menina. Localizada a 2.160 m de altitude, na nascente do Rio São Domingos, tem área para acampamento, sanitários e chuveiros.

Faça a coisa certa

Os parques nacionais são patrimônios da comunidade e têm o objetivo de conservar aspectos naturais e culturais de uma área. Assim, existem algumas regras básicas de comportamento a ser seguidas:

  • Nada se leva de um Parque. Animais, plantas, rochas, frutos, sementes e conchas encontradas no local fazem parte do ambiente e aí devem permanecer.
  • Caçar, pescar e molestar animais silvestres é crime previsto por lei. Os animais precisam buscar seu próprio alimento para manter o ciclo de vida natural.
  • Entrar no parque com animais domésticos pode causar problemas como a introdução de doenças e ameaças ao ambiente natural.
  • Nada se deixar em um Parque. Todo lixo deve ser coletado e disposto nos locais apropriados.
  • As áreas de visitação pública são restritas e, normalmente, possuem horários.

Texto extraído do Catálogo do Parque
Horizonte Geográfico – IBAMA

Meu roteiro

Chegamos a Alto Caparaó por volta de 1:30 h da manhã e nos hospedamos na Pousada Chalés Pico da Bandeira. Pela manhã visitamos a parte baixa do parque, uma caminhada leve até o Vale Verde, um banho gelado de cachoeira e muita descontração para compensar a longa viagem do dia anterior.
No início da tarde nos encontramos com o guia Josias, que iria nos dar as dicas de como seria nossa subida ao pico.

Após uma série de idéias combinamos o seguinte: sair da pousada as 16:30 h e ir de carro até a tronqueira. Então subir por trilha até o terreirão acampando no início da noite. Acordar as três da manhã e fazer o trekking até o pico, chegando instantes antes do nascer do sol. Uma vez o plano traçado fomos até o centro comprar os mantimentos e apesar do pequeno atraso partimos em direção ao acampamento. Como não tínhamos muita idéia do que nos esperava lá em cima tivemos que ir com as mochilas bem carregadas: agasalhos, barraca, fogareiro, alimentos, água, além, é lógico, do tradicional peso extra do equipamento fotográfico.

Chegamos ao pico da Bandeira por volta das 5:15h, instante antes de um dos mais belos espetáculos da natureza: o nascer do sol. A cada instante as cores mudavam e as nuvens e montanhas tomavam um tom diferenciado fazendo valer totalmente o sacrifício da subida e o frio quase congelante. Após o pico da Bandeira visitamos os vizinhos Cristal e Calçado que também ofereceram um certo sacrifício para serem atingidos, mas com a recompensa do visual do outro lado da região. Cerca de 13h já estávamos de volta ao acampamento e após uma pequena pausa, desmontamos as barracas e descemos até a cachoeira Bonita para um merecido e gratificante banho com direito a massagem nas costas.

Esta viagem começou na Serra do Cipó, passou por Diamantina e por aqui.

Serviços

www.ibama.gov.br

www.horizontegeografico.com.br

Caparaó Parque Hotel

Pousada do Bezerra

 

Deixe um comentário