Sobre mim

 

O objetivo desse blog é ser um álbum virtual das minhas viagens desde 1997.  Em cada uma delas, tento passar um pouco do que vivi. Espero que goste e volte sempre para ver as novidades.
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Esta é uma viagem de ciclo turismo que pode ser feita várias vezes na vida e cada uma sempre será diferente da anterior. Apesar do roteiro ser o mesmo, sempre há pequenas variações no percurso, as pessoas são outras, o clima muda, mas a cordialidade das pessoas que nos recebem em todos as paradas sempre será a mesma. Tive oportunidade de fazer desta viagem parcialmente em 2007 (de Tambaú até Campos do Jordão), porém desta vez fiz o roteiro completo de São Carlos à Aparecida do Norte, num total de 8 dias e 540km pedalados. A princípio pode assustar, mas com um bom treino e com um grupo nota 10, como foi o nosso, dá pra tirar de letra e divertir-se muito.

Caminho Da Fé 2012 – Confira O álbum De Fotos (mostrando 30 De 233 Imagens)

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Nosso roteiro

Minha opção para fazer esta viagem desta vez foi através da Rios Bike, que organiza duas saídas por ano. Uma em abril e outra em novembro. O grande diferencial é o fato de eu ser de São Carlos e conhecer boa parte do pessoal de outros pedais na região.

Nosso grupo foi formado por 27 pessoas mais 2 no staff de apoio. Fato curioso é ter no mesmo grupo um jovem de 15 anos e um senhor de 65 e todos concluíram o percurso na maior tranquilidade. A pick-up de apoio seguia razoavelmente próximo do grupo no dia a dia de forma a prover socorro no caso de pneu furado, quebra de bike, água, etc. Mas não tivemos nenhum problema nos 8 dias de pedal, exceto um pequeno acidente no primeiro dia.

Dia 1 – São Carlos – Sta Rita do Passa Quatro – 83km

Nossa partida foi da catedral de São Carlos onde várias famílias vieram se despedir do ciclistas. Um ponto muito legal do Mauro, organizador da Rios Bike, é sempre fazer uma oração pedindo proteção para os ciclistas na longa jornada.

Esse dia apesar de ter uma quilometragem grande, é bem tranquilo pois não oferece grandes desníveis. Ainda em São Carlos, o caminho passa pelo santuário de Aparecida da Babilônia, onde novamente fazemos orações na igreja.

Em Descalvado, mais uma parada para fotografar a igreja e bucólica praça.

O único fato chato desse trecho é que numa das longas descidas, um dos ciclistas sofreu um tombo e fraturou a clavícula. Muito chato, pois logo no primeiro dia teve que abandonar o passeio.

A chegada em Sta Rita foi por volta das 17h, depois de um dia de sol e de um pedal maravilhoso.

Dia 2 – Sta Rita do Passa Quatro – Vargem Gde do Sul – 105km

Como passaria a ser a nossa rotina nos próximos 7 dias: acordar cedo, tomar café, colocar as malas na pick-up, dar uma geral na bike e pedalar o dia todo.

O dia também teve uma quilometragem grande, porém também não ofereceu grandes aclives.

Logo no início da manhã passamos por Tambaú, onde fomos carinhosamente recebidos por um dos padres que fez uma oração e nos abençoou.

A parada para almoço foi em Casa Branca onde obviamente fiz mais algumas imagens da igreja matriz, que é muito bonita. Como o calor estava muito forte, em algum locais onde chegávamos logo acaba água gelada e refrigerantes. Aliás, nos pequenos vilarejos por onde passávamos, praticamente acabava de tudo. 🙂

Em alguns locais precisamos comprar gelo nos postos de gasolina para abastecer os camel backs.

Bem, o ponto alto desse dia é o pouso na Dona Cidinha, um casal que realmente representa a tradição do bem servir ao viajante do caminho da fé. Ela é extremamente simpática e não sabe o que fazer para agradar. Tudo é feito com muita simplicidade e carinho. O cansaço é tanto que ninguém se importa de dormir em até 8 pessoas por quarto.

Dia 3 – Vargem Gde do Sul – Andradas – 64 km

Impossível sair da D.Cidinha sem a tradicional foto do grupo na propriedade e o desejo de boa viagem do casal.

Nesse dia já temos uma maior variação de relevo e a quilometragem é um pouco menor. O dia seguia bem quente e a parada para almoço foi em Águas da Prata, onde fizemos uma siesta após o almoço no chão do próprio restaurante. Mais uma vez compramos um saco de gelo para carregar os camel backs e aguentar a tarde ainda mais quente.

Nossa chegada à Andradas foi por volta das 18h e quase como exceção às outras cidades, nossa hospedagem foi no Palace hotel na região central. A noite os grupo se dividiu e jantamos em pequenos grupos em vários restaurantes da cidade.

Dia 4 – Andradas – Inconfidentes – 53 km

Após a foto do grupo às 8h, partimos em direção à Inconfidentes em mais um dia de sol quente. A atração do dia, se é pode ser chamada assim, foi a serra dos Lima que desafia o ciclo viajante a conseguir subi-la pedalando. Embora foi asfaltada há alguns anos ainda tem um aclive muito forte. Bem, como eu havia me proposto a fazer o caminho 100% pedalando, consegui superá-la. 🙂

Outro ponto alto do dia é a passagem por Ouro Fino, terra da lendária música do Menino da porteira. É uma tradição do caminho fazer a foto do grupo na porteira.

Chegamos à Inconfidentes por volta das 17h e nossa hospedagem foi na Pousada Caminho da Fé, que fica próxima da rodovia na saída da cidade.

Dia 5 – Inconfidentes – Estiva – 59 km

Hoje o pedal começou bem cedo e às 7h já estávamos na estrada em mais um belo dia de sol.  Fizemos várias paradas durante o dia para fotografar as igrejas, para repor água e lambiscar.

Uma das paradas é a casa da Família Xavier, que simplesmente deixa o portão aberto e oferece uma bica d’água para os romeiros. Ali fizemos uma parada mais longa para descanso e reposição das energia, pois o sol já estava escaldante às 10:30h.

A parada para almoço foi em Tocos do Moji e infelizmente o restaurante não estava preparado para receber um grupo tão grande e a refeição não foi das mais fartas. 🙁

Já quase chegando à Estiva, encontramos uma família vendendo morangos colhidos na hora. Uma dádiva num dia quente como aquele.

Na chegada à Estiva enquanto tomávamos uma cervejinha esperando a hora do banho, me avisaram que havia um potrinho de alguns dias bem próximo dali. Lá fui eu atrás do potrinho e fiquei surpreso ao saber que o dono estava alimentando-a de mamadeira, pois a mãe havia morrido. Isso rendeu belas fotos.

Dia 6 – Estiva – Luminosa – 66 km

Mais um dia na rotina: acordar cedo, tomar café, arrumar a bagagem na pick-up, dar uma geral na bike e iniciar mais um dia quente de sol pedalando.

O relevo aqui já foi mais pesado e por diversas vezes boa parte do grupo teve que empurrar a bike.

Nossa parada para almoço foi em Paraisópolis, terra que já conheço de outros pedais, onde deu para descansar um pouco e reabastecer os camel backs.

Um dos pontos altos do dia que acontece no final da tarde é o down hill para chegar em Luminosa, uma cidadezinha que se avista inteira do alto do morro. Este visual é um show a parte.

Nossa hospedagem é na pousada N. Sra. das Candeas, que como todas é bem simples mas com uma grande simpatia por parte dos proprietários.

 

Dia 7 – Luminosa – Campos do Jordão – 38 km

Esse é o grande dia e por não dizer o dia mais temido de todo o passeio. É onde se enfrenta a terrível subida de Luminosa até Campos.

E já que tem que ser feito, mais uma vez saímos bem cedo e de cara já começa o perrengue. No caminho encontramos um casal de peregrinos e devido à baixa velocidade da bike, cruzamos com eles por algumas vezes.

Na serra não teve jeito e a maioria desceu e empurrou. Eu honrei a promessa e apesar de algumas paradas para retomar a respiração consegui subir pedalando.

Apesar da dificuldade chegamos em Campos por volta das 15h e nossa hospedagem foi na Pousada Franciscana. Bem, já que estamos em Campos após um bom banho fomos no centro tomar uma Badem Badem e curtir um pouco o conforto de uma cidade turística.

 

Dia 8 – Campos do Jordão – Aparecida do Norte – 72 km

Bem, nosso último dia chegou e agora o pedal mudaria um pouco de figura, pois até Aparecida agora só teríamos asfalto.

Mesmo assim, partimos cedo, às 07:20 e aproveitamos para uma foto no portal de entrada da cidade. Outro ponto imperdível é o mirante no alto da serra. Aqui o calorão deu lugar a um clima bem ameno com direito a manguito e corta vendo, pois descer a serra nesta hora da manhã, fez verter lágrimas dos olhos.

Na passagem por uma padaria de Pindamonhangaba, encontramos um de seus filhos mais ilustres, o governador Geraldo Alckmin. Foi a maior tietagem para tirar uma foto com o governador.

Às 13h chegamos na basílica de Aparecida e tenho que reconhecer que essa chegada foi emocionante. Colocamos todas as bicicletas alinhadas na frente da igreja e nos cumprimentamos um a um pelo grande feito conquistado. Afinal, pedalar por 8 dias seguidos num total de 540km não é pra qualquer pessoa.

Para ter direito ao certificado de conclusão, o peregrino/ciclo turista deve apresentar o passaporte com os carimbos de todas os pontos credenciados de parada. Tomamos um bom banho na área dedicada aos motoristas e almoçamos num dos restaurantes da basílica.

Alguns assistiram à missa e na sequência colocamos as bikes na carreta de uma das duas vans que já nos esperavam para o transporte de volta à São Carlos.

Resumindo, essa foi a minha melhor viagem de bike e recomendo para os amantes do ciclo turismo. Espero poder repeti-la num futuro próximo.

Dicas

  • Para fazer essa viagem é preciso estar com o treino e preparo físico em dia.
  • Treine pedalando alguns dias seguidos antes de encarar 8 dias de pedal.
  • Uma bike em ordem é fundamental. Não precisa ser uma top, mas quanto mais leve melhor.
  • Para os puritanos do cicloturismo o apoio é desnecessário. Eu porém, prefiro pedalar leve e curtir todos os down hill.
  • Tenha sempre com voce seu kit de emergência: câmara, chaves allen, chave de corrente e bomba.
  • Desnecessário dizer que capacete, óculos e luvas são mais que imprescindíveis.

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Confira o 1º audiovisual dessa viagem (vídeo)

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Confira o 2º audiovisual dessa viagem (fotos)

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Rios Bike São Carlos

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