Sobre mim

 

O objetivo desse blog é ser um álbum virtual das minhas viagens desde 1997.  Em cada uma delas, tento passar um pouco do que vivi. Espero que goste e volte sempre para ver as novidades.
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Percorrer a trilha do ouro significa fazer uma viagem no tempo e na história do Brasil. Ela nos remete ao século XVIII onde nossas riquezas (ouro e diamantes) eram levadas até o litoral para então seguir viagem até Portugal.

Porém, muitos viajantes para fugir dos impostos da coroa portuguesa, utilizavam trilhas abertas na mata virgem para chegar até no litoral – Mambucaba-RJ. E é justamente por essas trilhas que a equipe da Trilha do Ouro de Campos Novos conduz grupos interessados em redescobrir essa incrível passagem de nossa história.

Trilha Do Ouro 2006 – Confira O álbum De Fotos (mostrando 30 De 52 Imagens)

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Hoje existem várias saídas para a trilha de ouro de alguns municípios da serra da bocaina, mas o grande diferencial da trilha oferecida pela equipe da Trilha do Ouro é o fato de praticamente 90% do trajeto ser feito dentro de mata atlântica nativa e intocada.

Para facilitar a logística da viagem que dura 3 dias existem dois sítios de apoio localizados no trajeto onde há pernoite e alimentação.

1º dia – Campos Novos até rancho Mameluco

Como houve um cancelamento de um grupo de última hora, acabei fazendo a trilha sozinho e para facilitar a logística decidi fazer um bate-volta. Ou seja, não completei o trajeto até Mambucaba, retornando do último sítio de apoio.

Para chegar a Campos Novos, saí da Dutra em Guaratinguetá em direção à Cunha. Dentro de Cunha seguí as placas para Campos Novos – cerca de 30 min. De lá me desloquei de carro com a equipe até o sítio Recreio da Bocaina de onde sai a expedição. Enquanto esperava os preparativos dos cavalos me deliciei fotografando inúmeras teias de aranhas ainda cobertas pelo orvalho da manhã.

Com os cavalos e mula prontos partimos às 08h30min, eu e o Nico, um mateiro que conhece a região desde criança. O dia estava maravilhoso com sol e temperatura agradável. Inicialmente preferi caminhar e a Morena, minha égua, foi puxada pelo Nico. Em pouco tempo de caminhada já adentramos na mata fechada e pude contemplar toda a exuberância da mata atlântica. É incrível notar que onde há um raio de sol, há uma vida brotando.

Um dos pontos altos da trilha é a passagem pelos pontos de calçamento feito pelos escravos. Incrível o trabalho que tiveram para deslocar pedras de longe para aquele ponto e ver o bom estado de conservação que se encontra apesar de ter tanto tempo.

parada para lanche foi às 13h contemplando o belo rio Guaripu. Uma hora e meia mais tarde chegamos finalmente no rancho Mameluco, o segundo sítio de apoio, onde pernoitaríamos. Lá, já estavam a Maura e a Edvane, as cozinheiras que nos esperavam com um café feito na hora com pãozinho cazeiro.

Descarregamos as coisas, soltamos os animais e fui explorar o local. Somente após algum tempo é que me dei conta que já havia estado naquela casa, quando em 2006 também fiz a trilha do ouro saindo de São José do Barreiro.

Ao anoitecer, acendemos o lampião e ficamos jogando conversa fora ao redor do fogão de lenha esperando o jantar. Indescritível a sensação de estar numa casa de caboclo, longe de tudo e todos, curtindo um maravilhoso céu repleto de estrelas. Bem, como todo bom caboclo, fui dormir cedo para repor as energias do dia.

2º dia – Explorando a região e cachoeira dos Veados

Esse dia foi reservado para descanso e explorar os atrativos próximos da casa. Após o café da manhã, feito em coador de pano, saí para fotografar o rio Mambucaba que passa na frente da casa e uma série de detalhes, que somente num dia tranqüilo e com tempo de sobra poderia ter feito. Ainda pela manhã recebemos a visita de um grupo que estavam num sítio vizinho. Foi uma ótima oportunidade para conversar com gente local e aprender um pouco sobre sua cultura e costumes.

Após o almoço fomos conhecer o principal atrativo do dia: a cachoeira dos veados. Uma imponente queda d’água que despenca de 200 m no rio de mesmo nome. Apesar da água gelada foi irresistível um banho para subir no melhor ponto para uma foto.

Na volta para o rancho outro café com pão caseiro estava a nossa espera e mais tarde voltamos ao ritual de esperar o jantar rodeando o fogão à lenha jogando conversa fora.

3º dia – Retorno para Campos Novos

Nesse dia acordamos às 6h, recolhemos os animais e após o café começamos o caminho de volta. Como agora a maior parte seria de subida, preferi ir cavalgando. Mas em alguns trechos foi necessário descer e caminhar, pois devido ao barro e pedras escorregadias o cavalo poderia escorregar. O dia estava lindo novamente e foi um grande prazer poder apreciar mais detalhes da mata, estando montado. Fizemos uma parada para lanche numa bica d’água para renovar as energias.

Já quase chegando o Nico me levou até a cachoeira das pacas que fica muito próxima da trilha. Chegamos de volta ao sítio Recreio da Bocaina às 13h30min. Após um bom banho, almocei com o Nico e peguei meu carro de volta para Campos Novos.

Mais uma vez com a certeza de um feriado muito bem aproveitado num passeio mágico e de incrível beleza.

Dicas

  • Os meses de outono e inverno são os mais apropriados devido à ausência de chuva. Mesmo assim o solo é bastante úmido com muito barro. Como a mata é muito úmida proteja equipamentos eletrônicos dentro de sacos plásticos.
  • Normalmente as pessoas da região são muito tímidas, puxe conversa, conte suas histórias e pergunte pelas delas. Certamente a viagem será mais interessante e você aprenderá e ensinará muito também.
  • Abra mão dos confortos da cidade e se permita viver num local sem energia, com comida simples, banho quente por serpentina no fogão a lenha.
  • Sente-se na soleira da porta e curta o fim do dia conversando ou simplesmente observando a natureza.

 

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