A Pedra da Mina está localizada na Serra da Mantiqueira mais especificamente na Serra Fina e é composta por mais dois picos: Cupim de Boi (2543 m) e Pico dos 3 Estados (2689 m). Após a reavaliação dos maiores picos brasileiros pelo IBGE em 2004, a altitude da Pedra da Mina foi alterada para 2798 m e considerada o quarto ponto mais alto do Brasil -1º) Pico da Neblina-AM (2994 m) – 2º) 31 de Março-AM (2973 m) – 3º) Pico da Bandeira–MG/ES (2890 m) – Fonte: www.ibge.gov.br
Pedra Da Mina- Confira O álbum De Fotos (mostrando 30 De 44 Imagens)

Nessa viagem, feita através da Agência Rota Turismo de Itamonte que e da Harpia Adventure de Passa Quatro, eu estava programando fazer a travessia da Serra Fina, porém, devido ao mal tempo tivemos que cancelá-la e mudar de planos. Apesar da correria de última hora consegui me encaixar com o Alberto do Rio que também estaria fazendo a travessia no feriado de Tiradentes. A Rota Turismo contratou o guia Zeca de Itanhandu para nos conduzir nessa grande aventura. Uma cara super tranquilo e bom conhecedor da região.
Dia 1 – Tentativa frustada pelo mal tempo
Para agilizar a logística dormi em Itamonte e pela manhã a Lily da Rota Turismo me apanhou no hotel e fomos no meu jipe para Itanhandú pegar o Zeca e o Alberto. Apesar do tempo não estar firme tínhamos esperanças de uma boa caminhada. Porém, na natureza tudo pode acontecer e é imprescindível saber reconhecer sua soberania.
Estavamos subindo, ainda no jipe, até o ponto onde iniciaríamos a caminhada, quando o o tempo fechou totalmente e em pouco tempo começou a chover forte com muitos raios. Apesar do grande desapontamento todos foram sensatos em decidir cancelar a travessia, pois além do sacríficio de caminhar molhados e sem visão nenhuma, iríamos nos expor a um risco muito grande com os ventos fortes e raios. Voltamos até Passa Quatro onde nos encontramos com outro grupo que nem havia saido da pousada na esperança do tempo melhorar.
A opção foi mesmo aproveitar o dia fazendo outra programação e esperar um dia melhor na sexta-feira para fazermos a Pedra da Mina. Resolvi então apreveitar o restante do dia passeando de jipe pela região. Como já era hora do almoço, aproveitei e fui saborear a já conhecida truta da Pousada Ribeirão do Ouro em Itamonte. De lá, pequei a estrada (de terra) para Alagoa e fui conhecer algumas pousadas e trilhas da região que ainda não havia visitado. Rodei a tarde toda, passando pela entrada do Parque Estadual do Papagaio e chegando até Alagoa. Retornei para Itamonte ao cair da noite e fui dormir ancioso para ter uma bela manhã de sol no dia seguinte.
Dia 2 – Chegada à Pedra da Mina
Acordei 6h, abri a janela e o dia estava com muita serração. Me alegrei, pois serração significa sol em poucas horas.
Tomei um café rápido e fui até Itanhandu pegar o Zeca para irmos até o bairro do Paiolinho. Nesse momento soube que meu parceiro Alberto havia mudado de idéia, portanto subiríamos apenas eu e o Zeca. Chegamos até o ponto onde deixariamos o carro às 9h. O dia estava lindo e nos presenteava com sol e temperatura agradável.
Checamos o equipamento, alimentação e partimos com as mochila bem pesadas, mas ainda sem água. Essa, seria adicionada à nossa carga alguns quilometros acima, no rio vermelho, após cerca de uma hora de caminhada.
No começo a trilha tem uma vegetação bem densa e árvores de médio porte. Paramos para um lanche ao meio dia num local que também é utilizado para acampamento. Retomamos a caminhada logo em seguida para não esfriar muito o corpo. A medida que se subia a vegetação ia diminuindo de porte e começavam os campos de altitude. Em alguns ponto havia a presença de um capim muito alto e fechado que além de dificultar a caminhada permite a criação de trilhas alternativas. No meio da tarde o tempo já havia mudado bastante e a serração começava a ser uma constante companheira na caminhada.
Cerca de 16:30h chegamos no ponto onde seria nosso acampamento. Esse ponto ainda estava cerca de 200m abaixo do pico, mas o Zeca preferiu ficar ali por ser mais protegido dos ventos. Montamos o acampamento, preparamos o local da cozinha e fui explorar a região e fazer algumas fotos de fim de tarde. Muito interessante ver como o vento moldava as nuvens criando formas incríveis e a serração “se protegendo” dos ventos nos vales da serra. Ao cair da noite fomos preparar nosso delicioso jantar: sopão e miojo com atum e queijo parmezão J Finalmente após, 4 anos de espera pude inaugurar, em alto estilo, meu fogareiro de alta montanha MSR. Ferver a água para o sopão não levou mais do que dois minutos – não que estivéssemos com pressa J Após o jantar fui fazer algumas fotos, pois também fomos presenteados com uma noite super aberta e com lua cheia. Sem muito mais o que fazer fomos para o merecido descanso às 20h.
Dia 3 – Retorno à Passa Quatro
Após uma boa noite de dez horas de sono, acordei às 6h e o termômetro marcava 5 ºC. Já sai com a câmera na mão para as fotos do nascer do sol. Incrível. Nada como ver essa cena a mais de 2500m de altitude. Logo em seguida partimos para o pico, numa caminhada de cerca de 20 min.
Lá, encontramos outros dois grupos que já se preparavam para partir. O visual foi magnifíco e se podia ver 360º, pois o dia estava muito favorável. Num contraste com a natureza peguei o celular e liguei para a família, pois devido a altitude o sinal é bem forte. De lá é possível avistar várias cidades e o vale do Paraiba. Após a sessão de fotos, voltamos ao acampamento, preparamos o café, desmontamos a barraca e iniciamos a longa e cansativa descida às 9h.
Apesar de ter menos água, a mochila ainda estava bem pesada e o fato de descer freando a musculatura torna o retorno bem cansativo. Praticamente não paramos para comer e chegamos no carro às 15:30h sentindo bastante os musculos da perna. Apesar de ser bastante cansativa a viagem valeu cada instante. Tanto que já estou fazendo planos para voltar e fazer a travessia completa que dura 4 dias com 3 acampamentos.
Dicas
- Fazer a Pedra Mina requer um bom preparo físico e capacidade para caminhar com uma mochila cargueira com cerca de 15-17 kg.
- A maior dificuldade é a ausência de água no caminho e no pico. Portanto toda a água da subida, jantar, café e retorno tem que ser levada.
- É recomendável pelo menos 4 litros d´água por pessoa.
- Os meses de invernos são mais indicados devido a menor probalidade de chuva. Porém, nessa época a temperatura lá em cima cai abaixo de 0 ºC facilmente.
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